segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Uma bebedeira de caixão à cova

Francisco, queres saber o que aconteceu hoje? Nem vais acreditar! Quatro colegas beberam e pintaram a manta nas aulas. Entraram a cantar, cada um mais alto do que o outro: um trauteava alto e bom som, "Anda comigo ver os aviões", outra esganiçava-se com "Eu tenho dois amores", uma terceira dançava e cantava "Ai que calor, ai que calor...", o último gritava a plenos pulmões "Os maridos das outras". Os professores bem os mandavam calar e sentar, mas eles não ouviam nada nem ninguém, creio até que nem se ouviam a eles próprios... 
Na aula de Matemática, depois de se acalmarem um pouco, desataram a distribuir beijos e foi uma confusão, porque algumas pessoas não queriam beijos nenhuns, muito menos de gente completamente embriagada... O professor teve cá uma paciência, coitado! Estávamos entre estupefactos e divertidos com a hilariante situação! 
Mas que figurinhas tão tristes!
Mas, o pior aconteceu depois do intervalo grande: eles foram reforçar a dose... Meteram-se na casa de banho e beberam mais umas goladas, as raparigas não puderam entrar na casa de banho dos rapazes e desataram a gritar que a garrafa também era delas... Eles acabaram por sair e apresentaram a garrafa já  meio bebida...
Chegaram atrasados à aula de Português, num estado lastimável, mas sempre a cantar. A professora mostrou má cara! Perguntou-lhes o que se passava e eles ainda cantavam mais alto e não conseguiam atinar com as cadeiras para se sentarem... A professora mandava-os calar, mas eles nem a ouviam, riam descontroladamente, cantavam e atiravam-se para cima das mesas e das cadeiras. Um deles, muito alto e gordo, caiu estatelado no chão e foi um caso sério para o levantarmos. A professora decidiu mandar chamar o funcionário para os levar dali, pois não estavam em condições de permanecer na aula. O funcionário viu-se da cor dos gatos para os levar, abraçavam-se a ele, queriam beijá-lo... Foi cá uma cena! Postos fora, a professora iniciou a aula. Ah, tivemos de abrir as janelas e a porta, por causa daquele cheiro nauseabundo.
Não estejas a olhar-me com essa cara, eu disse-te que não ias acreditar! 

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