domingo, 25 de novembro de 2012

Abra o estore!

A minha turma não tem emenda, Francisco, é uma atrás da outra, a Directora de Turma farta-se de ralhar, mas nada parece dar resultado. Lembras-te de te ter contado aquela cena das bebedeiras? Depois desse episódio, dos ralhetes que eles ouviram da DT e do Director, eu pensei que nunca mais ninguém se iria meter nos copos... Enganei-me redondamente! 
Vou contar-te:
O Fábio namorava com a Maria, mas zangavam-se muitas vezes e faziam as pazes outras tantas... Ultimamente, andavam mais de candeias às avessas, como diz a minha avó... 
A Maria teve uma discussão séria com o Fábio, foi uma gritaria, chegaram a agredir-se fisicamente e foi o professor de Matemática que os separou, pois esta cena feia aconteceu antes da sua aula. A Maria já andava a dizer há muito tempo que tinha de acabar tudo com o Fábio, mas ia adiando, adiando, adiando... Naquele dia, depois daquela triste zanga, no intervalo grande, no bar, ela virou-se para ele e disse-lhe: 
- Não dá mais, acabou-se! Não quero mais nada contigo! Vais à tua vida e eu vou à minha!
Virou costas e deixou o Fábio com uma cara, com uns olhos que metiam medo...
Fomos para as aulas seguintes, mas ele faltou...
Terminadas as aulas da manhã, fomos almoçar todos com a DT e uma ex-professora nossa, como estava combinado, mas ele não apareceu. 
O almoço foi muito giro, matámos saudades da nossa ex-professora, rimos bastante e até a Maria se divertiu...
Regressámos à escola para as aulas da tarde. Vimos o Fábio de relance a fumar... Faltou aos primeiros dois tempos... A seguir ao intervalo grande, na aula de Português, já a aula estava a decorrer, entra o Fábio, completamente fora de si, queria falar com a Maria. A professora mandou-o sentar-se, mas ele, cambaleante, recusou. Começou a dizer que se sentia mal e que precisava de ir apanhar ar, a professora deixou-o ir lá fora... Da janela, vimo-lo a fumar e advertimos a professora que mandou logo o funcionário ir buscá-lo... Chegou à aula, acompanhado pelo funcionário, e sentou-se. O funcionário  disse algo baixinho à professora e saiu. O Fábio começou a dizer que queria ir para a janela, que precisava de ar, que não estava bem... A professora sentou-o na carteira à frente dela, mas disse-lhe que não abriria o estore... Ele começou a insistir com a professora:
- Abra o estore, já lhe pedi que abrisse o estore...
A professora recusou sempre, porque se não ninguém conseguia ver o que estava registado no quadro...
Aí, ele começou a dizer que se queria atirar pela janela e que queria o estore aberto. A professora a dizer que não, que ficasse quieto no lugar ou teria de chamar alguém para o levar dali... Ele levantou-se e pediu aos colegas que estavam ao pé da outra janela que saíssem... Essa janela estava meio aberta e, como os colegas não saíram, ele atirou-se por cima das mesas... A professora pediu rapidamente que baixassem o estore e o Fábio ainda ficou com os braços entalados... 
A Delegada de Turma, a pedido da professora, foi chamar alguém da Direcção e o tempo parecia que nunca mais passava... Estávamos todos incrédulos a olhar, ora para o Fábio, ora para a professora que estava branca como a cal... O Fábio gritava que se queria matar... 
Por fim, chegou o Director que o levou dali! 
O Fábio estava bêbado e tinha andado a fumar tudo, menos tabaco... Aquela mistura explosiva não deu bom resultado, como se viu!
O Fábio não gosta da Maria, aquilo não é amor, é obsessão!
À conta deste episódio e de outros, vamos ter umas aulas com um psicólogo...

1 comentário:

  1. Olá Rita! Descobri hoje o teu blog e adorei. Acho que escreves muito bem e deves continuar :)

    Bem, fiquei, literalmente, de boca aberta com a história da tua amiga Joana e fiquei curiosa em saber qual o resultado passado dois anos.

    Continua e felicidades ;)

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