sábado, 10 de novembro de 2012

Reencontro

Francisco, passou tanto tempo! Não tenho falado contigo, não te tenho contado as minhas coisas. Cresci um pouco e achei que não fazia mais sentido conversar com o meu diário. Que tolice! Poderia ter desabafado tanta coisa contigo... E sei que me ouvirias sempre sem me julgares! Fui tola, eu sei! Mas voltei! Confesso que foi quase por acaso! Foi como se tivesse aberto uma gaveta fechada há muito e deparasse com algo muito importante... Sabes, quando vestimos um casaco que estava guardado há muito tempo no armário e pomos as mãos nos bolsos e no meio de papéis sem importância, encontramos uma nota de 50 euros? Foi a mesma sensação. Não, minto, foi melhor ainda, foi ter descoberto um amigo perdido, foi como encontrar o amor da minha vida... Não cores! A amizade é o amor que nunca se esgota, é eterno, é doce, é calmo! 
Ver-te ali à minha frente, foi uma alegria imensa, folheei-te, li-te e reconheci-me em todas as palavras... Vamos voltar a conversar sobre tudo, vou voltar a confiar-te os meus segredos, vou encostar a minha cabeça no teu ombro, tu vais passar a tua mão pelo ouro dos meus cabelos como antigamente, vamos rir das minhas maluquices... 
Francisco, sei que ficaste incomodado, quando, depois de tanto tempo, me atirei nos teus braços... Era uma saudade tão grande a que eu tinha, era como se tivesse chegado de uma longa viagem e tu estivesses no aeroporto à minha espera...  era como se eu ao vislumbrar-te no meio da multidão, sentisse o coração a bater e a empurrar-me para ti e... então, corri e lancei-me nos teus braços e ficámos abraçados... 
Tudo vai correr melhor a partir de agora, porque te tenho de novo... Vamos dormir... Até amanhã, Francisco, meu doce amigo. 
Dorme bem, Rita, eu vou estar sempre aqui ao teu lado!

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