Francisco, finalmente as férias chegaram. Vou ter mais tempo para conversar contigo. O Natal é um tempo mágico, mas muito apertado, há muito que fazer! Vem a família toda e é preciso decorar a casa, fazer doces, doces e doces, o bacalhau, as couves e as batatas, o peru... É uma canseira, mas uma canseira boa!
Novidades? Novidades, deixa-me ver... A minha mãe recebeu mais bilhetes? És mesmo cusco! Bem, recebeu mais dois ou três, no último vinha um número de telefone. Sim, um número de telefone. O autor queria tomar um café e conversar com a minha mãe. A minha mãe? Não ligou e rasgou o bilhete. Mas, eu tive uma ideia! Eu e as minhas ideias? Diz antes: eu!, e as minhas boas ideias!
A minha mãe não queria, que não, que mais isto e aquilo... Eu sou teimosa e acabei por convencê-la. Disse-lhe que respondesse ao bilhete e o deixasse no carro... Quando o indivíduo lá fosse pôr um dos seus recadinhos, veria o bilhete. Se acho que ele o leu? Claro que leu! Se tenho a certeza? Eu vi o fulano. Vou contar-te.
Eu e a minha mãe escrevemos o bilhete: "Obrigada pelos vários elogios, o senhor é muito gentil. Não é necessário escrever mais bilhetes a dizer que sou uma senhora muito bonita e elegante. Quanto ao cafezinho e à conversa, fique a saber que não falo com pessoas desconhecidas. Tenha uma boa tarde e, por favor, não deixe mais bilhetes, pois não possuo caixote do lixo no carro." O que nos rimos! Mas deu resultado, ele não voltou a deixar papelinhos.
Eu vi-o a ler o bilhete, sim. Fiquei no café em frente ao estacionamento, enquanto a minha mãe foi ao ginásio. O carro estava virado para a porta do café. Estava a beber um sumo e a comer um pastel de nata e a vigiar o carro. E passado um bocado, lá surgiu o rapaz. Sim, rapaz. Deve andar, perto dos trinta. Um rapazola! Chegou ao pé do carro, olhou para um lado, para o outro, para a frente, para trás e tirou rapidamente o bilhete do limpa pára-brisas. Leu, fez uma careta e voltou a pôr o bilhete no lugar de onde o tirou. O bilhete que tinha na mão, o dele, rasgou-o e, vê lá tu, atirou os papelinhos para o chão. Deu meia volta e saiu apressado dali. Depois deste episódio, pararam os bilhetinhos.
Quando a minha mãe voltou do ginásio, passou pelo carro para deixar o saco, tirou o nosso bilhete, amassou-o e colocou-o no bolso e foi ter comigo ao café. Sentou-se, sorriu-me e disse:
- Afinal, não veio.
- Veio, veio. Leu o bilhete e voltou a pô-lo no lugar.
- Ah!
- O bilhete dele rasgou-o e atirou os papéis para o chão, o porcalhão.
Rimo-nos. A minha mãe pagou e saímos. Ainda apanhei alguns pedaços do bilhete que dizia: Fiquei à espera do seu telefonema...
E pronto! Acabou a história. Acredito que não volte mais a incomodar.
Vou dormir. Amanhã falamos. As notas? As notas foram boas e passei no exame de código. Qualquer dia, vamos dar um passeio. Um perigo? Eu? Olha, obrigadinha pela confiança! Vá, vai dormir. Tu tens é sono.
Passei para uma visita, amei a leitura!
ResponderEliminarDeliciosa leitura, fácil e me fez imaginar outro desfecho.
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Muita paz e muita luz em nossas vidas, no Natal e sempre!!!
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░F░E░L░I░Z░
░N░A░T░A░L░!!!
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Fui lendo e ficando cusca. Gostei.
ResponderEliminarBoas Festas!
Beijinho.